9 de março de 2007

Saudades de uma infância bem vivida!!

Houve um tempo em que as crianças eram ingênuas, que brincavam na rua, que assistiam programas sem putaria, sem insinuações sexuais. Que as crianças andavam de bicicleta, se sujavam, andavam sozinhas pelas ruas sem medo de assalto, tinha bonecos, bonecas, carrinhos de rolamento, brinquedos de verdade, não máquinas que simulam mortes, massacres e que não eram colocadas numa batalha para ver quem é mais cool, quem é mais socialmente importante do que os outros.

Houve um tempo em que as paixões eram de coração. Que os desenhos e os seriados tinham uma história com principio meio e fim e não pra enrolação baseada UNICAMENTE nos brinquedos. Mas havia os brinquedos, coloridos, até simples, mas eram brinquedos que eram jogados das sacadas, que desciam as ruas em barquinhos de papel nos dias de chuva.

Houve um tempo em que eu ia apé para a escola com meus 7 anos, junto com os colegas. Que nessa idade era só chegar da escola e ir pra rua de cima, e ficar até escurecer. QUe os comandos em ação desfilavam no corredor da minha casa no 7 de setembro, lado a lado com o He-man, os changeman e a força cobra. Que a gente, com essa mesma idade, andava de bicicross em trilhas, pistas...descia as ladeiras em carrinhos de rolamento e skates, gastando a sola dos tênis bamba, ou aqueles com cheirinho de choclé. Que o pé ficava cheio de bolha de tanto pular no pogobol, ou se ralava inteiro ao cair do Walkmachine. Que a gente comprava picolé de 50 centavos dos vendedores de carinhos.



Houve um tempo em que a gente dormia na casa dos amigos contando histórias de terror, da boneca da xuxa e do fofão, ou ainda do quadro que chorava. Das músicas da xuxa tocadas de trás pra frente. Das festinhas americanas, em que as gurias levavam salgadinhos e os piá comida, com dança da vassoura, com as meninas num canto e os piá no outro envergonhados. Que a gente pedia pelo amor de deus pra mãe nos deixar ficar até a meia noite.


Houve um tempo em que a gente pulava carnaval de tarde. Que quando não conseguia entrar no clube pq a carteirinha tava vencida a gente tomava banho de chuva na rua, fazendo barragens de lama pra água represar, e depois fazia guerra de barro. Que a gente jogava "reba", três um, e brigava pra ver quem ia ser o Cybercop vermelho, pq é ele o que manda. Que a gente saia com a espingardinha de pressão, maior do que a gente mesmo. E que estourava rojões embaixo de latinhas de nescau e dentro de tijolos pelo bairro. Até vender criar codorna a gente criou no nosso bairro, na nossa infância, nos nossos momentos de alegria, daquela alegria mais pura e sincera que se tem que é a de um coração de uma criança, sem maldade, sem preocupação senão ser feliz e ter amigos.

Eu fui feliz...e hoje em dia??

Tenho maior orgulho de minha infância, e sou criança até hoje, com o coração puro sempre em busca da felicidade.

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